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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mari Alexandre visita Ana Kaye...





Perfil do Bipolar

Montanha-russa de emoções...
É assim que vive quem tem transtorno bipolar do humor, distúrbio que alterna crises de euforia e depressão.
O mal pode ser controlado, mas antes a vítima precisa obter um diagnóstico preciso e aprender a driblar o preconceito.

...Depois do diagnóstico, o preconceito.
Até o início da década de 1980, quem sofria de bipolaridade era diagnosticado com o pouco simpático nome de psicose maníaco-depressiva.
Uma revisão psiquiátrica decidiu alterar essa nomenclatura, "pela conotação negativa que se associava principalmente ao termo psicose", relata Alberto Del Porto, professor da Unifesp.
O estigma ainda persiste, gera preconceito e intenso sofrimento no âmbito profissional e pessoal.

Não é raro relatos de perda de trabalho e de separações de casais.
É o que conta a secretária A. M., de 36 anos, sobre a coincidência entre o diagnóstico do transtorno e o fim do seu casamento.
"Enquanto meu marido achava que eu estava depressiva, tudo bem, ele ficou ao meu lado, me deu força, foi ao médico comigo e tudo. Na hora em que expliquei que eu era bipolar e teria que tomar remédio para o resto da vida, ele foi se afastando e ficando triste.
Finalmente, eu sugeri a separação. Ele perguntou por que eu não o havia informado antes (eu não sabia!).
Então, disse que não agüentaria aquela situação".

O perfil de um bipolar A criatividade, o senso estético apurado e a capacidade de ousar são características de personalidade comumente atribuídas aos portadores de transtorno bipolar do humor.
Não é à toa que vários artistas e personagens díspares estão na lista dos bipolares famosos, entre eles Napoleão Bonaparte, Mozart, os atores Cary Grant e Jim Carrey e a atriz Marilyn Monroe, além de muitos escritores como a poetisa norteamericana Sylvia Plath.

O psiquiatra Valentim Gentil Filho, professor titular da Faculdade de Medicina da USP, lembra até a polêmica afirmação de que a genialidade do pintor holandês Vicent Van Gogh teria sido influenciada diretamente pelo transtorno.
"Dizem que Van Gogh usou muito amarelo em suas obras, porque tomou digitallis em demasia, um medicamento utilizado hoje para insuficiência cardíaca para aumentar a contração do coração.
O doutor Gachet, também pintor e médico de Van Gogh, não tinha outra opção de tratamento naquela época e o resultado foi a perda de um grande gênio", relata Gentil Filho.
A falta de apoio, o diagnóstico incorreto e, portanto, o tratamento inadequado ou inexistente podem ter grandes repercussões, como o agravamento das crises e o aumento da freqüência entre elas.

O resultado é desastroso e pode incluir perda do trabalho, oscilação financeira, aposentadoria precoce, risco de consumo de álcool e drogas e, finalmente, tentativa de suicídio.
Essa oscilação fica evidente no depoimento da dona de casa S. D., de 54 anos, quando buscava orientação sobre o transtorno: "minha filha gasta compulsivamente, está na lista do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e, agora, eu estou me afundando nas finanças também".
Já Sonia, esposa do escritor Alexandre Fiuza, conta que estava casada há 17 anos com Alexandre quando, com o casamento e as finanças à deriva, veio o diagnóstico confirmando o transtorno bipolar do marido.
Então teve início o tratamento que o estabilizou.
"Como parceiro, é fácil sentir-se frustrado e reprimido, pelo temperamento forte que o bipolar tem. É um alívio conseguir o diagnóstico e o tratamento corretos", explica.

Caso de transtorno bipolar em criança e seus sintomas. Navegando na net pesquisando sobre transtorno bipolar do humor em crianças, eu descobri uma estória interessante de uma criança... Acho que pode ser útil, principalmente como alerta aos pais que podem extrair algo bom.

Para entender os sintomas do transtorno bipolar de início precoce em crianças, é útil acompanhar a história de “Randy”.

Uma criança simpática de cinco anos de idade com um sorriso cativante.
Ele tem uma história de comportamento tempestuoso que seguia desde a infância. É brilhante, articulado, aprende rápido - e tão imprevisível quanto um furacão.

A partir do momento que ele arrancou seu primeiro dente, ele começou a morder - frequentemente com sangue. Em um ano e meio de idade, Randy foi demitido do pré-escolar pois o comportamento era agressivo.

De maneira consistente obtinha excelentes pontuações na escola, mais seu “comportamento” requeria melhorias. É uma criança amorosa, carinhosa, mas exige que tudo seja feito na hora; geralmente grita quando é contrariado e quando furiosa, as veias do pescoço ficam salientes. O contraste do comportamento é um ponto muito evidenciado.

Alguns dizem que “Randy” é apenas um garoto, e isso é tudo. Ele vai crescer e aprender com a vida. Outros dizem que Randy tem transtorno de déficit de atenção. E já outros mais especializados em “conselhos” de como educar filhos dizem que uma “boa surra” resolveria. E ainda tem aqueles pais que comentam: “jamais deixaria meu filho agir desse modo”.

Ninguém parece disposto a considerar a ideia de que Randy pode estar apresentando os primeiros sintomas de transtorno bipolar do humor.

Sua mãe lutou grande parte da vida contra depressão. Seu pai tem transtorno bipolar do humor. E então?

Randy, no minimo é um grande candidato para ser bipolar.

Essa é a história de Randy. Uma história que certamente pode ser também a sua, ou mesmo de alguém que conheças. É triste, mas quanto mais rápido Randy tiver tratamento, menos prejuízos nada vida terás.

Um estudo conduzido por Demitri e Janice Papolos, médico, indica que mais de 80% das crianças bipolares provêm de famílias com histórico de transtorno bipolar do humor e/ou há casos de alcoolismo em ambos os lados da família.

Segundo o casal Papolos, eis os sintomas das crianças que podem revelar transtorno bipolar do humor:

A ansiedade de separação (quando os pais vão trabalhar, por exemplo). Raivas e birras explosivas (com a duração de várias horas). Irritabilidade bem marcante.Comportamento de oposição (geralmente não aceita bem regras). Frequentes mudanças de humor. Distração. Hiperatividade. Impulsividade. Inquietação. Pensamento acelerado.Comportamento agressivo.Grandiosidade.Compulsão por carboidratos.Baixa auto-estima. Dificuldade de levantar pela manhã.Ansiedade social.Supersensibilidade ambiental.Enurese (principalmente em meninos).Fala rápida ou pressionada.Comportamento Obsessivo.Excessivamente sonha acordado.Dificuldades de aprendizagem em algumas áreas do saber.Pobre memória de curto prazo. Falta de organização. Hipersexualidade. Comportamento manipulativo. Prepotência.Mentiras.Pensamentos suicidas. Destruição de bens materiais. Alucinações e delírios.

Enfim... Cuidemos de nossas crianças com muito carinho e compreensão, para todo e qualquer problema sempre existe uma solução mais adequada, nesse caso a consulta a um médico é um caminho.


Mari Alexandre é formada em Sociologia na UERJ , atualmente morando nos EUA, cursando Literatura no Huntler College (New York) onde reside.
Agradecemos o Jornal O Rebate,  ao seu editor José Milbs,  à Ana kaye e Andrea Bosco de nos ter cedido essa importante matéria, que trata de uma doença que vem  crescendo de maneira assustadora a cada dia pelo mundo inteiro.

Obrigada Mari Alexandre pela grande colaboração!!!

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