Zélia Costa visita Ana Kaye - Poetando...

A chuva pendurada muitos dias, ameaçando com seu rouco vento a vida, espantando pássaros, distendeu árvores, fez correr gentes que saiam pegajosas do calor que entorpecia...
 

E a chuva cai, abraça toda a linha do horizonte e vai lavando a alma do mundo, escorrendo vidros e janelas, adentrando portas e calçadas...
 

Começou gotejando pequenina, se fez grande de repente desabando que nem bando e molhando, espalhando, respingando...
 

Cheiro de terra renovada, vento frio e madrugada, encolheu corpo descoberto e foi longe, 

já mansinha entorpecendo sono e sonhando rios cheios sobre a cidade extenuada...

Amanheceu cheiro de verde... gosto de clorofila, maciez de céu, chão feliz!
Perfumes...