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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Topo do Mundo... by Marcus Lavinius

                        Foto:Marcus Lavinius/ Neptuno


Que eu saiba ser vento quando a voz de um vento
maior falar nas alturas através de palavras invisíveis
afluindo em meu olhar a todo o momento....
Que eu saiba discernir minha voz
verdadeira do turbilhão de vozes confusas que permeiam a existência...
E que eu aprenda, não a imitar silêncios,
pois a cada ser compete seu próprio e indivisível silêncio,
mas a adentrar com calma meu próprio e
vasto silêncio e nele caminhar sem pressa contemplando sua
profundidade sem medo,
como uma montanha contemplando abismos...
Que a paz milenar de uma montanha seja em mim a paz comigo mesmo e
sendo assim, em paz comigo mesmo,
que eu saiba praticá-la em qualquer lugar em que esteja e com tudo o que me rodeia...
Que a minha solidão por vezes tão dolorosa, seja, não um esconderijo de lágrimas, 
ou uma obstrução do crescimento,
mas um recolhimento benfazejo do espírito, afim
de renovar-se constantemente, olhando com paciência os atos e
palavras do dia-a-dia comum...
Porque há corações que são mais inacessíveis que as mais altas montanhas...
E de nada adianta subir montanhas e todo esforço é em vão
se não se sabe a que se destina o gesto...

Que meu coração possa ser múltiplo como as estrelas e suave como a chuva serena
e que, como chuva, seja esperança derramando-se
sobre sementes humanas que sonham com a beleza da vida...

Porque há sorrisos que apenas precisam de um outro sorriso para despertarem.
Há flores belas e raríssimas que nascem somente em pântanos...
Há flores que apenas precisam do olhar de um pássaro para se abrirem...

Que eu nunca deixe de saber-me livre...
Como o vôo de pássaros confiantes e entregues apenas à liberdade que os criou...
Porque não há liberdade maior do que criar a si mesmo continuamente, 
utilizando as asas com que a vida nos moldou...
Mesmo com toda dúvida, com todo cansaço, com toda dor,
que eu saiba andar por entre tudo isso, pelas ruas ruidosas e
agitadas de gente cotidiana, como nuvens silenciosas movendo-se
sobre o mar de morros e cidades...

Que eu saiba abastecer-me em minha solidão, intencionada ou involuntária,
das paisagens reconfortantes da alma que só a coragem de confrontar-se pode alcançar...
seja no cume de uma montanha, seja a toda a hora e em todo o lugar...
Que eu aprenda a retirar-me no momento certo para averiguar em mim a
extensão de meus medos, de minhas angústias, de meus desalentos,
para que eu possa intensificar em mim a superação dos meus erros...

Que eu consiga conciliar em mim sem sobressaltos...
a sensação de eternidade... 
que me preenche com a finitude natural de meu ser, que me exprime...
E que meu caminhar sobre esta terra possa ser grande... 
por ser calmo... não só externo, mas ainda mais, internamente...

Que eu saiba deixar-me quando for o tempo de deixar-me,
aonde for que ele me surpreenda,
que não depende de mim unicamente, 
matéria habitada por um breve movimento,
sem prender-me a nenhum momento, porque não se cria obstáculos ao tempo...
Que eu tenha no olhar a capacidade de ouvir o que dizem outros olhos em silêncio...
Que eu tenha no ouvir a habilidade de ver o que falam outras vozes além da minha....
E que eu tenha no agir muito mais do que minhas palavras possam exprimir...

By Santiago Jones

PEACE...
Totalmente encantada por essas palavras de puro coração... postado por
um grande amigo das estrelas, doce homem/menino, surfista da vida e Shaman... 
Marcus Lavinius.


Foto: ALEKO STERGIOU

1 Comentários:

  • Que maravilha!!!!!!!! Isso é real???? tanto talento existe mesmo????? showwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww
    Como sempre Shamannnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
    Vc está por trás de todo esse sonho!!!! Bjjjjjjjjjjjjjjjjjjs
    ana kaye

    Por Anonymous Anônimo, às 21 de outubro de 2010 às 17:24  

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